Depois da participação no evento Coca-Cola Vibezone no Rio Grande do Sul, a banda gaúcha de Novo Hamburgo Mãe de Ladrão já sente como é ter fãs e agenda de shows pelo estado. Os moços se preparam para a possível gravação de quatro novas músicas compostas pelos próprios integrantes e finalizadas nos ensaios, como todas as outras que já escreveram.
No começo a banda se chamava Hidrante, nome colocado ao acaso para a ocasião do primeiro show, por buscar uma característica mais "singular", eles perceberam que precisariam mudar de nome pelo amadurecimento das letras e dos próprios integrantes. Veio o nome "Mãe do Ladrão".
Inicialmente composta por amigos que já se conheciam e estudavam juntos, mais o reforço de outros amigos para a guitarra, baixo e bateria, a banda está com cinco anos de existência desde o seu primeiro encontro.
Hoje já tem um de seus ex-integrantes na Argentina, estudando e escrevendo músicas em espanhol, mas todos seguindo firmes no objetivo de escrever músicas sem um estilo definido e sim com pitadas diversas, o que dá a ela uma característica própria. É possível vermos influências das guitarras da americana Red Hot Chilli Peppers, vocais de Ray Orbisson, um toque de Rush e muitas outras que, segundo eles, variam completamente de estilos. O importante é não esquecer os "grandes chefes" da música. Atualmente a banda é formada por Tobias Schaefer - vocal, Niccolas Ferrareze - guitarra, Guilherme Zugno - baixo e Fernando Arrienti - bateria.
Também foi elogiada a ideia do Balaio, em apresentar os talentos existentes no país e que muitos ainda não tiveram a oportunidade de conhecer, mas como eles citaram Paulinho da Viola, "as coisas estão no mundo mais eu preciso aprender". Concordamos em uníssono e aproveitamos para ficar aqui a sugestão desta banda gaúcha, que está mostrando a que veio.
Cara de bailarina, pele de porcelana e com um talento fantástico para desenhar, Ana Paula Caixeta, BailariAna para íntimos, é o mais novo talento que o balaio contemporâneo mostra direto da capital do Brasil – Brasília.
"Desde criança tento desenhar. Sempre tive uma atração enorme e sensível para as diversas formas de expressão artística. É um mundo tão perfeito! Tão maravilhoso, que ultrapassa a realidade por completo. Sublime, diria. Essa fascinação eu trago comigo a vida inteira. Não tive muito incentivo. As pessoas ainda não conhecem muito o valor e a importância da arte em nossas vidas, seja ela qual representação for. É questão de formação humana. Ela faz parte, integralmente, da constituição do indivíduo em sua sensitividade perante o mundo. Isso ameniza essa difícil sobrevivência tão efêmera, acredito”, afirma ela.
Na infância tentava desenhar o que as pessoas desejavam, mas depois percebeu que não era feliz com suas produções e resolveu parar. Ingressou no curso de Letras e começou a lecionar. Mas percebia que faltava alguma coisa dentro de si. Foi então que decidiu estudar Artes Plásticas – onde estuda até hoje - e buscar sua felicidade nos desenhos.
A maioria dos seus desenhos são em preto e branco, pois se diz ter um grande problema com cores por não saber pintar e achar extremamente difícil de ser trabalhado. Na conclusão de uma disciplina de esculturas utilizou peças de bonecas para construir objetos - “Essa escolha
se deu ao fato de não me simpatizar muito com esses “brinquedinhos” de expressões demoníacas. É uma antipatia particular, diria. Tenho muito problema com a figura humana, pois se quer tudo tão perfeito, mas ninguém é. Uma luta maldita para buscar algo que jamais se alcançará. Essa padronização me irrita! Por isso tenho tanta distorção do humano em meus trabalhos.” - segundo Ana Paula.
Ela confessa que não possui inspiração para desenhar, e brinca: “Só queria muito ter a inspiração de que tanto falam. Acho que ela não gostou de mim e me deixou ao léu”. Pretende um dia poder trabalhar com uma temática, fazendo esboço, usando borracha para corrigir e aperfeiçoar seus rabiscos, pois até então simplesmente risca e ao final é que vê o resultado e toda sua significação óbvia, porém, inusitada. Bosch, Kandinsky, Brueghel, Beksinski e Degas são alguns artistas que lhe inspiram e enchem seus olhos.
Os desenhos típicos da cultura pernambucana chamam a atenção de todos que passam pelo pequeno ateliê de Fernanda Batista. Seus traços são delicados, coloridos e criativos e tem uma marca que é a presença de um sorriso no rosto de cada personagem. Quem olha se encanta primeiramente por seu talento, mas se para e conversa com e própria criadora, se encanta mais ainda.
Fernanda recebeu o “Balaio Contemporâneo” de forma muito à vontade numa segunda-feira pela manhã e conversamos durante mais de hora, num papo agradável e regado de histórias interessantes que aconteceram durante os quase quatro anos que está no Shopping Paço Alfândega, no bairro do Recife Antigo, beirando mar e rio.
Sua história é incrível por que é justamente um exemplo de como as pessoas depois de muito tempo podem descobrir uma atividade sobre a qual nem pensavam em realizar – no seu caso, a pintura - e hoje não se enxergam mais sem ela. Fernanda começou cursando Nutrição, onde abandonou o curso quando arrumou emprego e se formou em Secretariado. Depois de 19 anos saiu do trabalho que era seu mundo e foi descobrir na pintura uma espécie de terapia, como ela mesma disse.
A princípio era somente um presente para um amigo – um jogo de copos para caldinhos -, mas com grande incentivo da família e de amigos próximos, ela foi convidada para abrir seu ateliê no Paço. Este ano completará lá, em Outubro, quatro anos de muito sucesso e realização pessoal. Para ela, é importante ter prazer naquilo que faz, e por isto, seu trabalho não é somente voltado para o lucro, mas também pelo gosto em pintar louças e caixas lindíssimas, além de fazer muitos amigos.
No mesmo banquinho em que estávamos sentadas, ela nos contou que já recebeu muitas pessoas que ali passaram somente para ver sua arte ou comprar algo e acabam sentando e tomando cafezinhos enquanto conversam; Fernanda consegue passear por todos os assuntos e manter a simpátia com suas histórias. A proposta é que nas conversas sempre alguém saia com algo que foi dito, não importa quem. Como ela falou: “Cada um tem sua missão."
Vale à pena passar por lá, seja para comprar, seja pra conversar; além de valorizar a rica cultura pernambucana com peças lindas, uma boa conversa também é sempre bem-vinda e temos certeza que ela não negará isto.
Onde encontrar: Ateliê Fernanda Batista - Paço Alfândega - Recife/PE
Divulgamos os tantos talentos existentes nesse país tão grande e cheio de cultura. A fim de contribuir de alguma forma, para o crescimento desses artistas, seja na área da Literatura, Música, ou Artes. Conhece algum talento? Conte para o Balaio. Envie para balaiocontemporaneo@gmail.com - Se Deleitem.