domingo, 9 de maio de 2010

Mamão d’Água Blues & Roll


A banda Mamão d’Água Blues & Roll vem direto de Juiz de Fora, Minas Gerais, com o Power Trio Blues/ Folk/ Groove e nos fala um pouco da formação musical, suas influências e entre outras.

Balaio Contemporâneo - Como aconteceu a formação da banda?

Mamão d'Água - A Mamão d’Água surgiu com o puro intuito de reproduzir músicas do nosso próprio gosto, sem interesse comercial algum. Da formação original, restou apenas eu – Pedro Brum, guitarra e vocais – que tinha em mente formar um power trio onde o blues texano seria o foco principal. O restante do trio tinha influências semelhantes, de vanguarda, o que acabava sendo uma facilidade na concepção do repertório. O fato é que tudo começou a ganhar repercussão e a coisa ficou mais séria, visto que o grupo tinha grande qualidade e peso musical. Dinâmica e definição de timbres foram o ponto chave para que essa qualidade só se aprimorasse, tendo em vista os poucos grupos do gênero que a cidade apresenta.


BC - Mamão d’Água Blues & Roll é...

MDA - Bom, como de praxe, direi a respeito do nome: pura estética e chacota, apesar de não apresentar algum sentido. Isso é resultado de uma conversa de bar, depois de várias garrafas de cerveja e aperitivos. Já fomos muitas vezes confundidos com trios de forró ou de samba, mas nós abstraímos e preferimos a permanência do nome, já que possuímos um pequeno público. A Mamão d’Água, na íntegra, é atualmente um quarteto que produz versões de clássicos do blues rock/groove com estilo próprio. São várias vertentes presentes na banda, o que consolidou um gênero rico. O baterista (Ângelo Goulart) é sambista nato, grande músico da cidade que já integrou - e ainda integra - grandes projetos. Um destaque foi ter trabalhado como freelancer com a bandaJoão Penca e Seus Miquinhos Amestrados e a atual banda Silva Soul, que faz soul com tempero brasileiro. Fabio Ramiro (pianos e hammond) uniu-se a nós recentemente, também é integrante da Silva Soul e está na staff de Emmerson Nogueira (equipe técnica), além de outros projetos. Douglas Sad (contrabaixo) tem referências progressivas, o que faz dele um baixista com ótimas peculiaridades. Um dos projetos de destaque que o Douglas faz parte é bandaRadiola, que produz versões acústicas e elétricas de clássicos do Rock ‘n Roll. E por fim, eu, Pedro Brum (guitarra e vocais). Interessei-me pela guitarra blues quando escutei Stevie Ray Vaughan pela primeira vez e inevitavelmente adquiri toda aquela atmosfera da blues guitar texana. Procuro, a todo tempo, modernizar minha técnica, mas sem perder a essência “bluesy”.

BC - Quais as influências da banda?

MDA - Como dito anteriormente, podemos dizer que a Mamão d’Água é uma fusão de Blues+Rock+Soul+Groove. O repertório é formado por nomes como J. Hendrix, S.R. Vaughan, J. Mayer, R. Ford, Cream, entre outros.

BC - Como é trabalhar, com o gênero Blues/Jazz/Rock, no mundo das bandas independentes?

MDA - Digamos que a cena Blues/Jazz para os projetos independentes é um espaço comprimido e de difícil acesso. Em função da mídia atual, o ideal para se alcançar qualquer repercussão é ter a proeza e ousadia de unir um estilo vanguardista - como o blues ou o jazz - ao pop. Eu estaria sendo hipócrita dizendo acreditar que o blues rock ainda vai ser aclamado por grandes públicos nos tempos atuais, pois isso não acontecerá. Além de estarmos no Brasil, a sociedade vive um tempo completamente distinto do período em que todo esse meio de expressão foi criado. A forma de como o blues é compreendida hoje está equivocada, em minha opinião. O gênero é produzido repleto de clichês e o formato é antiquado, o que impede essa compreensão. Os grandes artistas de vanguarda ainda têm seu público fiel, mas isso é fruto de sua produção no passado, o que torna seu trabalho uma arte atemporal.

BC - A banda tem algum Ep? Ou está preste a lançar?

MDA - Apesar de termos um considerável tempo de banda, ainda não lançamos um EP. Com a recente introdução do Ramiro (piano e hammond) ao grupo, passamos agora a ter um leque de opções sonoras, o que irá facilitar na produção de nossa música. Em breve teremos novidades, espero eu!(Pedro Brum)

BC - Vocês fazem, no show, uma reconstrução dos clássicos, como Jimi hendrix, Stevie Ray, Beatles e John Mayer. Como é feito isso?

MDA - Nossas versões são criadas espontaneamente. Nem todo o repertório é produzido, algumas músicas nós tocamos na íntegra. E tudo o que é criado é fruto da personalidade de cada músico do grupo. O resultado final é a canalização dessas influências num hit, o que gera a nossa “versão”. Os timbres são muito importantes também nesse processo, visto que o mesmo instrumento pode soar de diversas maneiras.


+ detalhes: Myspace Orkut - Twitter

2 comentários:

Anônimo disse...

poxa, que materia bacana!
adorei!

Maria Júlia disse...

o Balaio arraza!!! ;)