domingo, 29 de novembro de 2009

Barulhista

Mineirinho, quietinho e com a cabeça ligada a 220v, nossa revelação musical dessa semana é o músico “O Barulhista” - um dos parceiros da banda “Eu, Você e Maria” com a canção “Gêmeos”, já exibida aqui no balaio. Ele vai nos contar suas peripécias, parcerias, criações e imaginações sempre com muita alegria.

Balaio Contemporâneo - De onde veio essa denominação "Barulhista"?

Barulhista - Barulhista há algum tempo atrás era o adjetivo dado ao músico ruim. Um xingamento entre os músicos. No ano de 2002, era assim que me chamavam, pois eu trabalhava com objetos sonoros (colheres, madeiras, brinquedos, etc.) e ficava difícil de responder a pergunta: Você toca o que? – Então, me lembrei do adjetivo e comecei a responder: Eu toco barulho. É sempre complicado dar nomes as coisas, assim como é difícil dar nome para um músico que toca computador.

Balaio Contemporâneo - Por que "Música para se ouvir sentado"?

Barulhista - Sempre fui contra rótulos, estilos e essas coisas que inventam para separar a música em nichos. Porém, nem todos pensam como eu. É algo muito parecido com a explicação do nome Barulhista, eu precisava responder também a pergunta: Qual estilo você toca? – Bom, eu acredito que todos os sons são música, todos mesmo. Não há diferença entre barulho e música, tudo depende de sua atenção para com o som. Alguns diziam que eu fazia “lounge”, outros “world music”, outros música experimental e outras coisas desse tipo. Mas, quando se assiste a uma apresentação minha se encontra vários elementos. Ao mesmo tempo, tenho uma preocupação mínima com a unidade de minhas construções sonoras: A calma. Tento sempre fazer músicas calmas. Músicas para se pensar um pouco ao que está ao redor, no que não está sendo dito verbalmente, mas está ali, num diálogo de signos sonoros.

A idéia é dançar com a mente, não seguir o caminho que mostro com os sons. Não há esse caminho e não é essa a intenção, e sim, utilizar os sons como uma forma de integrar-se a eles. Em minha opinião, não há forma melhor de “dançar” do que sentado.

Balaio Contemporâneo - De onde veio a ideia de capturar sons do nosso cotidiano e transformar em canção?

Barulhista - Não é exatamente algo pensado. Em 2003 participei de uma oficina com o Duo mineiro O Grivo, que me deixou minhas experiências sonoras mais ricas de referenciais práticos. Os sons do cotidiano já são música (canção). O que faço é organizar e modificar esses sons, tentando deixá-los mais próximos do ouvinte. Estreitando os laços entre a estética popular e minhas audições do meu cotidiano. Nem sempre é possível notar o ruído de um ônibus quando tento torná-lo uma melodia, mas ele está ali. O que transforma os sons do cotidiano em canção são os nossos ouvidos.

Balaio Contemporâneo - Sabemos que você é "deformado", como você mesmo afirma. Mesmo com esse dom que possui, não tem vontade de fazer uma formação, não?

Barulhista - Bom, acho que não há tempo. Tenho que tocar, ouvir, ler e pesquisar mais barulhos. Acredito sim na importância da instituição e todos os seus desdobramentos acadêmicos, mas a visão da academia sobre o tipo de música que faço ainda é a de que isso não é exatamente música. Parece que de alguma forma, por parte dos alunos há um esforço para que isso se modifique. Eu sigo ouvindo, processando e retornando meus barulhos. Viva os formados e os “deformados”!

Balaio Contemporâneo - Sabemos que você fez uma parceria com a banda "Eu, Você e Maria" por meio da internet. Como é fazer uma música por um mundo virtual?

Barulhista - O mundo virtual é como todas as coisas existentes: A intenção é que faz a diferença sobre o resultado. Fazer música através de e-mail requer uma paciência e uma coletividade que ás vezes não temos no mundo real. O trabalho com o “Eu, Você e Maria” foi uma das melhores coisas que a internet possibilitou para o meu trabalho. Estou ansioso para me encontrar pessoalmente com eles e poder fazer barulhos multiplicados. Há idéias para novas parcerias, não sei se isso irá se tornar um disco como eu havia previsto. Mas, a experiência é única.

Balaio Contemporâneo - No Brasil a música instrumental é pouco valorizada. Como você lida com isso? - já que suas canções são instrumentais. E por que fazer música desse tipo?

Barulhista - Música instrumental requer tempo e escuta dedicados é mesmo complicado ouvir algo onde não há o verbo em primeiro plano. Mas, o esforço é recompensado sempre que se apreende o inesperado numa melodia ou num barulho que nos traz um novo ar. Trabalhei com bandas e artistas onde haviam letras e muitas vozes, no entanto me encontrei em meios aos ruídos de sempre. Nunca fui de cantarolar muita coisa, não há exatamente um por que. Penso que é a minha forma de desenhar os sons: ruídos vindos do acaso das ruas de Belo Horizonte, uma bateria, um computador e muitas histórias que na verdade estão na cabeça de cada ouvinte.

Balaio Contemporâneo - Observando seus projetos, percebemos que seus barulhos são super diversificados, como: canções, cartazes, flyers, trilhas sonoras, e suas criações são em fases. Usando a primeira fase do “Mute” como exemplo, como é ter uma ideia e uma imagem de um futuro barulho? De onde vem a inspiração?

Barulhista - Tenho mais ou menos umas 246 idéias por dia e nem todas conseguem saída para os ouvidos, olhos e cérebros - então o que faço é peneirar a idéia possível para acontecer com as ferramentas que tenho no momento. Logo, a minha inspiração é uma peneira que deixa passar as idéias possíveis e joga as sobras de volta na cabeça. “Mute” é uma idéia desprovida de conceito, não sei o que será. Provavelmente não será apenas para os ouvidos e olhos. Tenho compulsão por tocar, assim como também por pausar. Como diria o mestre Cage: Não há silêncio que não esteja grávido de som. A questão é valorizar todos os sons, todos têm seu próprio conceito, sua própria estrutura e seus meios particulares de fazer vibrar nossos ouvidos. É simples, temos que ir com um pouquinho de paciência, boa intenção e vibrar junto com eles.

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"No meio do caminho tinha um pen drive" - Barulhista

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Daniel Migliavacca


“Como fosse um par que/Nessa valsa triste/Se desenvolvesse/Ao som dos Bandolins...” – é com esse trecho da canção “Bandolins” de Oswaldo Montenegro que o Balaio Contemporâneo faz uma entrevista com Daniel Migliavacca, um dos grandes músicos esperado na Feira de Música Brasil que vai acontecer entre os dias 9 e 13 de dezembro na cidade do Recife.

Balaio Contemporâneo - Como a música começou na tua vida?

Daniel Migliavacca - Quando eu tinha 12 anos ganhei um cavaquinho de presente da minha mãe e comecei a fazer aulas numa escola perto de casa. Na época ainda morava em São Paulo e tinha pouquíssimas referências musicais na minha casa. Com o tempo fui gostando de estudar e acabei me interessando inicialmente pelo samba. Mais tarde passei a me interessar pelo choro e outros tipos de música e também comecei a buscar professores particulares para me aperfeiçoar.

Balaio Contemporâneo - O que fez você mudar do cavaquinho para o Bandolim?

Daniel Migliavacca - Quando comecei a me interessar pelo choro eu sentia dificuldade de tocar algumas músicas no cavaquinho por causa da extensão do instrumento, principalmente o repertório do Jacob do Bandolim, Ernesto Nazareth e Pixinguinha. Em 2003, já morando em Curitiba, descobri o bandolim através de um amigo e vi que conseguia tocar tudo o que eu queria com aquela afinação e aí não parei mais de estudar e acabei adotando o bandolim como meu principal instrumento. Inicialmente fiz algumas aulas com o Cláudio Menandro, que é um grande músico que mora em Curitiba, e depois continuei estudando sozinho.

Balaio Contemporâneo - Como foi ganhar o primeiro lugar no "Prêmio Nabor Pires Camargo" em São Paulo, como melhor instrumentista?

Daniel Migliavacca - Fiquei muito feliz. Foi muito bom participar deste concurso, pois além do prêmio foi uma grande possibilidade de alargar os contatos musicais com outros músicos. Um exemplo disso foi o violonista de São Paulo, Alessandro Penezzi, que eu conheci no Nabor e agora ele participou como convidado em uma faixa do meu primeiro CD "Bandolim".

Balaio Contemporâneo - No Brasil a música instrumental é pouco valorizada. Como você lida com isso? E por que fazer música desse tipo?

Daniel Migliavacca - Infelizmente essa é uma realidade, mas acredito que sempre haverá espaço para a boa música, seja ela instrumental ou não. Acho que o grande desafio é fazer com que essa música chegue até as pessoas porque muitas vezes as pessoas acabam consumindo o que está ao seu alcance, ou seja, o que está na TV, no rádio, etc. Considero a internet uma grande aliada nossa, pois temos como levar essa música até as pessoas de maneira mais direta. Eu faço música instrumental primeiro pelo fascínio que tenho pelo bandolim e também porque acredito na força que essa música tem de emocionar as pessoas.

Balaio Contemporâneo - Você tem influência musical? Quais?

Daniel Migliavacca - Tenho muitas influências e tudo que eu escuto me influencia. Como bandolinista estudei muito com as gravações do Jacob do Bandolim e do Luperce Miranda. Mas também gosto muito do Joel Nascimento, Izaías Bueno de Almeida, Armandinho Macedo e Hamilton de Holanda.

Ouço muita música todos os dias e tenho muitos discos do Radamés Gnáttali, Hermeto Pascoal, Laércio de Freitas, Dominguinhos, Baden Powell, Pixinguinha, Sivuca, Garoto, Fundo de Quintal, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Villa Lobos, Egberto Gismonti, Tom Jobim, Paco de Lucia, Bach, Vivaldi, e por aí vai...

Balaio Contemporâneo - Sabemos que você foi selecionado para participar da Feira de Música Brasileira, aqui em Recife. Você já fez show no Recife ou Nordeste? Quais são suas expectativas? O que os recifenses podem esperar do seu show?

Daniel Migliavacca - Nunca toquei no Nordeste. Estou muito ansioso para tocar e participar dessa Feira que é um evento sério e que reúne tanta gente diferente. Pra mim será um privilégio e uma responsabilidade representar um pouco da música instrumental brasileira e do meu instrumento, o bandolim.

O show será baseado no repertório do meu primeiro CD solo chamado "Bandolim" que eu lancei em outubro desse ano em Curitiba. Tem algumas composições minhas e alguns arranjos próprios de "A ginga do Mané" e "Receita de Samba" do Jacob, "Fuga para o Nordeste" do Dominguinhos e "Tico-tico no fubá" do Zequinha de Abreu.

Para esse show eu convidei três grandes músicos e amigos com quem já toco a algum tempo que são o Denis Mariano e o Vina Lacerda na percussão e o Vinícius Chamorro no Violão 7 cordas.

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Agenda:

Dia 11 de dezembro – Feira de Música Brasil - Recife

Onde Encontrar:

Myspace - Orkut

domingo, 15 de novembro de 2009

Os Mercados Públicos do Recife

O nome mercado público nos reflete a ideia de um local de mudança em que os movimentos urbanos se encontram e a experiência de interação, vinda das ruas, se intensifica por meio daqueles que vendem e compram. Só que para os Recifenses vai além de um simples bazar de mercadorias, pois eles freqüentam democraticamente esse ambiente para realizar festas, encontros de amigos, boêmias aos sábados e inúmeros eventos. Nesse espaço cultural encontramos pessoas de todas as cores, credos e classes. Enfim, são seres que vivem e frequentam os mercados há gerações e ainda conseguem se emocionar com as lembranças.

Como vocês estão percebendo, o caminho a ser traçado hoje será diferente. Vamos mostrar um pouco das histórias de três grandes mercados públicos da cidade do Recife – São José, Boa Vista e Madalena.


Mercado São José

A história do mercado começa ainda no século XVIII, quando se faltava um local apropriado para a venda de mercadorias no Recife. Estabelece-se um comércio diversificado ao lado da Igreja no terreno Sítio dos Coqueiros, cujos antigos proprietários doaram-no para os Frades Capuchinhos do Recife. O primeiro nome que teve foi Mercado da Ribeira do Peixe, que ficava na Vila dos Pescadores, onde ali encostavam os barcos para vender seus produtos. Com o tempo passa-se a chamar de Mercado de São José.

Como o bairro cresce bastante, com muitos casarões, os Frades cobram do governo um mercado regular ali, travando uma disputa sobre a pose das terras que somente foi resolvida pelo imperador, que as julgou pertencentes ao povo. A Câmara Municipal contrata os engenheiros Victor Lenthier e Louis Léger Vauthier, que cuidou dos detalhes, para construírem o novo mercado, inspirado no MercadoPúblico de Paris, Grenelle. Há modificações nos materiais usados, devido ao clima, mas o propósito é refletir o desenvolvimento e a modernidade do Recife. É inaugurado no dia 7 de Setembro de 1875. Também foi feito um livro de assinaturas, onde o primeiro nome é do abolicionista Joaquim Nabuco.

Passou por reformas em 1906 e 1941, com a troca por materiais mais duráveis. Quando completou um século de vida, o mercado ganhou o título de Patrimônio Arquitetônico e Histórico Nacional por ser o primeiro exemplo de arquitetura de ferro no Brasil. O Mercado já passou por um incêndio no pavilhão Norte no ano de 1989, sendo entregue em 1994.

Completou este ano 134 anos e já possui uma pelada de futebol que é disputada anualmente, com times que tem nomes como: Carne, Sopa, Frango e Artesanato; tem um bloco de Carnaval, o Bloco de Samba da Turma do Saberé. Tem este nome em homenagem ao peixe mais difícil de ser fisgado pelo anzol e mais procurado no mercado.

As histórias que ali existem são muitas, principalmente nos anos 70, quando o bairro de São José não tinha o perfil comercial, e no próprio mercado aconteciam apresentações de cantadores de viola e manifestações folclóricas. Até hoje, os 561 boxes chamam a atenção dos visitantes mais diversos, tanto pela originalidade quanto pela variedade e preços baixos, que conquistaram os mais diversos clientes que ali vão.

Mercado da Boa Vista



Os arcos que dão acesso ao pátio em formato de U do mercado lembram conventos, e outrora já foram freqüentados pela alta freguesia do bairro da Boa Vista. O mercado adquiriu um perfil mais popular, mas que continua encantando os traunsentes e visitantes por sua arquitetura, que por hora lembra o antigo Mercado da Ribeira do Peixe. A construção do mercado aconteceu no governo e Diogo Lobo da Silva, quando moradores e comerciantes se uniram para pressionar a construção de um mercado no bairro, visto que o mais próximo era o Mercado da Praça do Polé, atual Praça do Diário.

Um terreno na Rua De São Gonçalo (hoje Rua De Santa Cruz) foi escolhido e construído uma praça e um açougue, onde também se comercializavam cereais, verduras e por um momento, escravos, no boxe número um.

Após um tempo fechado, é reaberto no ano de 1901 e sofre restauração no ano de 1946. Também passou por três incêndios, o último em 2005. Mas o que chama a atenção dos comerciantes que ali estão há muito tempo é o fato de hoje a tradição de passar a venda de pai para filho é rara num mercado público; a grande variedade de profissões e o leque de supermercados existentes poderiam justificar isto.

Trabalhar no mercado é quase que viver lá, pois seu funcionamento é de domingo a domingo, sendo que nos finais de semana é que se têm mais movimentação. A caderneta de pedidos ainda é válida nos boxes, utilizados por fregueses tradicionais que praticamente acompanharam a história do mercado. Estes personagens é que fazem o mercado tal qual ele é hoje, com suas histórias, conversas, jogos, rodas de música, cafés da manhã e muitos petiscos famosos, como o patinho cozido no feijão preto, que permanecem no tempo.


Mercado da Madalena

O início do bairro nos remete ao período açucareiro, onde naquelas terras exixtiu um engenho de tração animal que levava o nome da esposa do proprietário, Dona Madalena Gonçalves Furtado. Era conhecido como ‘passagem de D. Madalena’ e no século XX ali havia um aglomerado de casas e comerciantes, que formavam a Feira do Bacurau. Os produtos vendidos eram postos à vista para a venda sem nenhuma organização e tinha seu pique pela noite, quando os boêmios voltavam da ‘zona’ e se reabasteciam nos bares.

O mercado mesmo só nasceu no ano de 1925, com arquitetura que remete às casas coloniais, uma praça construída ao lado para embelezar o local, que continuou com antigos hábitos da feira, como as "comidinhas de fim de noite".

Os boxes de pedra são substituídos por boxes cobertos e organizados em três ruas com o posterior acréscimo de um novo corredor. Também a rua que separava o mercado da Praça foi transformada em rua de pedrestes e abriga a Feira de Passarinhos.

Nos bares tradicionais, os fregueses antigos ainda usam a caderneta, e continuam pedindo os pratos típicos, como o famoso cuscuz com bode guisado e o sarapatel, sejam no jantar, sejam no café da manhã. Outra tradição que se repete é tocar o sino ao entrar no Bar dos Cornos, parada para os que desejam comer uma galinha cabidela e tomar uma cachaça, e que anualmente elegem o "Corno do Ano".

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Queremos agradecer a participação de Carlos Henrique e Priscilla Costa, que juntos com duas Severinas fizeram essa coleta de informações para a realização de um trabalho acadêmico e que aproveitamos para mostrar aqui no Balaio um pouco da cultura pernambucana. Pois, como diz Carlos Henrique: “Um mercado público é uma fotografia perfeita para um retrato cultural de um povo.”

domingo, 8 de novembro de 2009

Bossa Contemporânea

FelixBravo é um projeto que surgiu de uma amizade. Os dois se conheceram no colégio, começaram a estudar e compor músicas juntos e quando viram, já estavam iniciando gravações. Continuaram as composições estruturando o trabalho cada vez mais. Suas canções são bem peculiares, denominadas em "Música para se ouvir em silêncio". Isso porque todas elas são recheadas de detalhes na letra, na melodia e no ritmo. É um tipo de canção popular que, quanto mais você escuta, mais detalhes percebem. Para eles o silêncio é a peça fundamental, com a qual trabalham para alcançar o público com a mensagem que querem passar.

Iniciaram no cenário musical na própria cidade, Curitiba. Além de terem sido convidados a tocarem em São Paulo, no SESC da vila mariana. As influências são muitas. Escutam desde bossa/jazz, música impressionista como Debussy, Ravel. Além de Tom, Vinicius, Pixinguinha, Chico Buarque, Paulo César e Aldir Blanc. Também escutam muito samba de Noel Rosa, Cartola e Cavaquinho. E, claro, adoram o jazz brasileiro (Os Cobras, Brazilian Octopus), em especial.

Confessam que esse é o grande momento em que vivem com a tecnologia. Muita gente que não teria como escutá-los nos moldes normais de divulgação e venda de músicas, estão escutando em várias cidades do Brasil e do mundo. O que é a realização de todo artista. Gente da Califórnia, de Manaus, de São Paulo, do interior do Paraná, da Bahia, de Recife, da França e de tantos outros lugares acessando e apreciando o trabalho deles. O que para o artista é uma realização que não tem preço.

E, por fim, o balaio contemporâneo pergunta a eles se concordam que a música brasileira está desvalorizada tanto na estética quanto na sonoridade:

"Depende. Para o grande público, boa parte da música brasileira passa despercebida tamanho marketing/produção existente com foco em música estrangeira. Contudo, há uma parcela da população brasileira que consome e aprecia a música popular em todos os seus níveis, desde a raiz até o contemporâneo. A desvalorização que às vezes se faz sentir vem, em grande parte, das mudanças vetoriais do mercado. Quem aprecia boa música não dá as caras na novela, nem no ibope, tampouco na televisão aberta. A estética e a sonoridade da música brasileira, na nossa opinião, estão em franca transformação. Após dois séculos de história, após a solidificação de algumas vertentes (maracatu, frevo, samba, choro, MPB, instrumental), o que vemos agora é um novo momento onde as vertentes se mesclam criando novas vertentes, novos símbolos, é um novo momento da história da música nacional. Com relação à sonoridade, cada vez novos músicos se apresentam ao público com talentos e performances mais efusivas e emocionantes.

A geração de Hamilton de Hollanda, André Mehmari, Dimos Goudaroulis, o próprio Vitor Araújo (um pouco mais novo), a nova geração de cantoras (Marianas, Marias), a nova geração de Orquestras (Olinda, Imperial, Republicana), sem falar nos novos compositores (Camelo, Krieger, Ferreira, tantos). Tudo isso faz parte de um movimento macro de miscigenação de influências e sonoridades, que em nossa opinião, está engrandecendo nosso arsenal musical." - diz FelixBravo.








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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Severinas

“Quando a gente canta/somente aquilo que a gente sente/profundamente não há lugar nenhum para canção doente/porque a alegria se derrama quente/pois quando a gente canta alegria/a força da canção explode/se irradia/é como a luz do sol sendo a luz da gente/é como a luz da gente sendo a luz do dia” – é com essa citação de Gonzaguinha que queremos compartilhar nossa felicidade de três meses de blog, com vocês leitores.

Em pouco tempo de Balaio Contemporâneo percebemos o grande número de novos talentos que o Brasil possui, e que com certeza nós - severinas - vamos buscar cada vez mais. Queremos ressaltar e agradecer pela grande parceira que ganhamos, Sophia Borges. E exibir um pouco do nosso talento de fotografar, que descobrimos devido ao blog.












por Lara













por Juliana Isola













por Su,hã?














por Ju Moraes